As Esganadas - Jô Soares
As Esganadas foi o livro mais vendido de 2011. E com isso minha curiosidade foi aguçada.
Conversando no twitter, as pessoas já me previniram de que o livro não era bom.
Mas como eu sou teimosa, decidi ver por mim mesma.
O Livro segue a mesma linha de O Xangô de Baker Street: um caso de serial killer, um detetive portugues, porém sem o mesmo brilhantismo.
Nessa história, o serial killer, cujo nome é Caronte, dono da funerária Estige, mata somente as gordas, pois sua mãe, que também era gorda, o fazia passar fome, com medo de que ele viesse a ser obeso.
Jô Soares faz a narrativa de uma forma inusitada: os verbos quase sempre estão no presente. Isso não chega ser um problema, a história em si é que é chata.
Conhecendo os personagens, tive a impressão de que o livro nos passa TMI (too much info), muita informação desnecessária, ficou cansativo saber tanta coisa irrelevante.
As Esganadas está recheado de figuras sem-pé-nem-cabeça, que Jô deve ter decidido colocar pra poder estender um pouco mais, já que o livro é curtinho.
A única parte em que eu gostei, foi uma reportagem feita pela Diana, falando sobre o caso das Esganadas. Transcrevo uma pedaço aqui:
Existe um preconceito velado contra a obesidade. Na verdade, dificilmente os homens o sentem. (…) Quem sofre o problema com maior intensidade são as mulheres. As mulheres gordas. O leitor pode se escandalizar com o uso da palavra gorda. Os eufemismos mais comuns são: cheinha, forte, grande e, o mais ousado, gordinha. (…)
O Jô está certo, existe um preconceito. Nossa sociedade nos força a ter um corpo de modelo, pois ser magro é o bonito.
Um tema com um potencial que não foi aproveitado.
Não Recomendo.
Título Original: As Esganadas
Autor: Jô Soares
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2011
Categoria: Romance
Compre: Saraiva
Sinopse: Em "As esganadas", o autor do best-seller O xangô de Baker Street explora mais uma vez tema que lhe é caro: os assassinatos em série. No entanto, tal como Alfred Hitchcock, que desprezava os romances policiais cujo objetivo se resume a descobrir quem é o criminoso (o famoso “whodonit”), Jô Soares revela logo no início não somente quem é o desalmado como sua motivação psicológica (melhor dizer psicanalítica) para matar. O delicioso núcleo narrativo está nas tentativas aparvalhadas da polícia de encontrar um criminoso que, além de muito esperto e de não despertar suspeita nenhuma, possui uma rara característica física que dificulta sobremaneira a utilização dos novos “métodos científicos” da polícia carioca.
Para investigar os crimes, o famigerado chefe de polícia Filinto Müller designa um delegado ranzinza, assessorado por um auxiliar obtuso e medroso, e que contará com a inestimável ajuda de um sofisticado e culto ex-inspetor. Na perseguição ao criminoso, os três investigadores ganham a desejável companhia de uma jovem linda, destemida, viajada e moderna, que é repórter e fotógrafa da principal revista ilustrada do país.
